Se hoje me corre nas veias o suor
que gastei para vos mudar, amanhã, vai correr o cansaço que (quase) nunca valeu
a pena. Graças a alguma coisa, já não há vontade de remar contra marés nem de
me matar em esforços para nada. Desculpa se mesmo quando te tenho à minha
porta, só para mim, te dispenso sem palavras. Dispenso a vontade de teres
vindo, o brilho dos teus olhos, o calor da tua boca e até o sentimento, que pode
ser pequenino, mas que guardas no coração, como que com vontade de me agradar. Desculpa-me pela necessidade que tenho de estar sempre a tentar ultrapassar
alguma coisa, mesmo que eu só tente ultrapassar a “minha desculpa” para não ter
que te sorrir e dizer que está tudo bem. Para que eu possa sempre ter um pé
atrás e outro à frente, no caso de me decidir por ficar. E é só na ressaca dos
meses que passam, que te percebo no meio das minhas recordações como mais que
qualquer uma delas, mas chegou a minha vez de me sentar e de viver mais na
minha do que na tua vida.
CateAndrade
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